quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Dimensões, imersões e observação

Eaí? Vivemos num mundo tridimensional? Tem certeza disto?
Tetradimensional? Pentadimensional? Uno-deca dimensional?


A teoria das cordas diz que temos onze dimensões. Muitas, não?
É... Eu também me espanto com isto.

É muito improvável que a pessoa que tenha conseguido chegar até aqui não tenha ouvido falar que o tempo é uma dimensão.
Einstein foi o indivíduo que revelou isto ao mundo. Em se tratando de nosso mundo, o Tempo e o Espaço são 'coisas' indissociáveis. Não dá para se falar em espaço, sem que se fale em tempo, ou vice-versa. Algo sempre terá a sua posição no tempo e no espaço e, podemos tomar um ponto de referência e criarmos um sistema de orientação.

Por exemplo, tomemos o estado de São Paulo. Todas as rodovias estaduais têm um marco zero, a Praça da Sé. Ali é o referencial. E, dado que temos isto, começamos a contar os quilômetros que nos afastamos dela. Sim, aquelas plaquetas que você vê a quilometragem da estrada, são a distância do referencial.

Outro exemplo? Peguemos o nosso calendário. Temos um marco zero, o suposto nascimento da controversa figura mítica cristã. Contamos o que está à frente por DC (Depois de Cristo) e, o que está atrás por AC (Antes de Cristo).


Quer dizer que somos tetradimensionais? Não.
Estamos imersos dentro de um universo tetradimensional.

Imagine um plano. É um universo bidimensional. Agora, imagine uma reta sobre este plano. A reta é unidimensional, mas está imersa em um universo bidimensional, o plano.
A analogia é a mesma que eu dizer que somos tridimensionais, mas imersos em um universo tetradimensional.
Por isto, não há como achar a quarta dimensão geométrica, de um objeto. Objetos (ou qualquer coisa dentro do mundo) têm três dimensões, geométricas, mas está situada em um universo tetradimensional.
Se o universo fosse tridimensional, não teríamos o efeito do tempo e, toda a nossa realidade seria uma cena estática e eterna, imóvel.

Mas, o que observamos, são as três dimensões de um objeto? Não.
Observamos a sua superfície e, superfícies são bidimensionais.
Ter duas dimensões não implica ser plano, assim como ter uma única dimensão não implica ser reto.
Há um resultado do Cálculo (uma das grandes áreas da matemática, tal como a Geometria Analítica, a Álgebra ou a Topologia) que garante a validade disto. Mudança de Coordenadas, como no jargão que utilizamos.

Continuando...

Você não tem como observar dentro de algo, apenas observa sua superfície.
"Rá... peguei-te! Eu tenho um pote, observo a parte externa dele. Depois que eu o observo, vejo dentro dele."
Não, Joãozinho, não é um bom exemplo... Mas, já que insiste... Ao abrir o pote, a superfície externa dele muda.

Agora, para fechar o delírio dimensional, que tal imaginar um espaço tetradimensional? Não um universo tetradimensional, mas um espaço tridimensional, o que implicaria num universo pentadimensional.

Faça analogias com supostos seres que vivem dentro de um mundo bidimensional.
Um exemplo: Eu tenho um quadrado num mundo bidimensional. O análogo tridimensional dele seria um cubo ou, um paralelepípedo para ser mais genérico. Estando em um espaço tridimensional, posso ver dentro do quadrado e retirar possíveis coisas que lá estejam. Estando em um espaço tetradimensional, posso ver o que tem dentro do paralelepípedo e retirar coisas que lá estejam.

Ou seja, em um espaço tetradimensional, eu consigo assaltar a geladeira sem abrí-la...

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