sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Primeirona de 2009

(5:21 da matina.)

(Mais uma noite que não dormi está ficando para trás.)

(Mais um dia que terei que enfrentar está a minha frente.)

(E, eu, aqui, pensando na futilidade da realidade e da existência, como um todo.)

(Acho que por mais que eu tente, não conseguirei descrever aquilo que sinto.)

(Bom, posso começar por aí.)

Sentir, sentidos e sensações. São particularidades minhas. É muito do que me define, difencia e me torna único, junto com minhas memórias, meus princípios e outros. Daí, como naquele livrinho ordinário ("Deus, uma Ilusão", do Dawkins), penso que é isto que eu seja. Não um conjunto de átomos mas, a disposição deles. Sou informação, não matéria.

Tá, eu pirei, eu sei.

(Desde 2005 eu sei, diga-se de passagem.)

Admitindo-se algumas coisas, eu poderia constatar, facilmente, que sou composto de matéria. Concordo.
Mas, sabendo que periodicamente, trocamos toda esta matéria (resgatando no fundo da escassa memória as aulas de biologia), não seria então o caso de dizer que eu me esvai numa primeira troca, e sou um novo ser, literalmente?

Não. Não é. Eu sou mais do que aquele conjunto de átomos que me compunha.
Basta pensar que se me jogassem num triturador humano (e, claro, eu não reagisse, levando mais alguém comigo), os mesmos átomos estariam lá mas, eu estaria lá? Naquele amontado de carne humana triturada?

Não. Aquilo não seria eu, ainda que tivesse cada uma dos meus átomos (e, também, dos átomos de alguns daqueles que me levaram até lá). Então, me obrigo a pensar que sou 'informação'. Sou apenas o particular modo de como estes átomos, que agora me compõe, se dispõe no universo.
Tal padrão de organização tende a mudar ao longo da vida, claro, pois mudamos nossa forma de pensar, porém, é fato que muito disto permanece... principalmente as memórias, creio eu.

(Pausa para o chá.)(Que droga... coloquei pouco açucar no chá.)

Creio que contribui, com esta bizarra forma de pensar, o fato de que um átomo de carbono é indistinguível de outro átomo de carbono, por exemplo. Espero que seja válido para outros átomos, tal como o lance das maçãs e laranjas (Lembra? Quando você sabia resolver o problema de soma com maçãs mas não com laranjas?).

(5:38. Eu escrevo devagar 'prá caralho'.)

(Deficiência mental retardada, pois foi se manifestar só agora. Eu juro que quando mais novo eu era menos estranho.)

(Digo 'mais novo', pois se disser 'menor', vão achar que eu tava de sacanagem... e não é este o sentido.)

(5:41... e eu ainda tenho que corrigir a apresentação para daqui a pouco.)


Mas aí é que vem o desastre, e a parte complicada de explicar.

(Não, aquilo alí em cima foi fichinha perto do que vem aí... )

Pelo que quer que seja, se eu estiver correto quanto a isto, a minha existência não valor algum. É efêmera. Minhas memórias sumiram e, eu resgatei uma pequena parte delas fazendo uma incursão (ou seria melhor excursão?) youtubiana.

(Cacete, como eu era inútil.)

(Não que eu tenha adquirido algum valor, fato. Mas, eu só assistia tv... pelo menos, é a sensação)

(Falando no dito cujo, ele acaba de travar. Voltei-me para minha velha playlist. Me obriguei a mudar de Shania Twain nele, para Vanessa Mae nela. Acho que saí no lucro. Ouvindo 'Can-Can' e lembrando de milhares de francesinhas ao longo da história.)

Eu lembrei de sonhos, medos, vontades, desejos, angustias perdidos. É como se eu estivesse olhando as memórias de outra pessoa. De outra pessoa, mesmo. Não consigo compactuar com o fato de querer ser herói, temer o escuro, querer ir para o Japão e ter que esperar até a semana seguinte pelo novo episódio.
Hoje eu ficaria mais contente como sendo vilão e assustando pessoas no escuro. Quero ir para a Estônia e quero que a próxima semana nunca chegue.
Eu diria que sou meu oposto de uns 15 anos atrás.

(É. Talvez seja melhor privar o mundo de tamanha sapiência filósofo-internética e bloquear este post, ou movê-lo para o meu blog secreto.)

(filosofia internética, ou seja, a nova versão da filosofia de botequim... que fique claro.)

(Vamos ver... vamos ver... )

(Recomendação: Vanessa Mae - Bach Prelude Street )

(6:00. Oficialmente, o dia começou. Está ficando claro lá fora. Hora de trabalhar.)

(Por enquanto, o post aqui permanece. )

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